Total de visualizações de página

domingo, 19 de janeiro de 2014

Maria do Rosário sai de cima do muro e critica governo Tarso por não investigar"mortes camufladas" no Presídio Central


Sem oposição no RS, o PT, agora, faz oposição ao próprio PT. A Assembleia omite-se vergonhosamente diante das denúncias. Nem um único deputado sequer se atreve a protocolar um pedido de CPI, de impeachment ou de audiência pública. 

Sem oposição visível no RS (a oposição sumiu do mapa político gaúcho neste início de verão, o que já levou o jornal Zero Hora a reclamar pela ausência) a ministra Maria do Rosário, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, saiu finalmente de cima do muro e criticou ontem a falta de interesse do governo gaúcho de investigar os homicídios camuflados denunciados na semana passada pela Vara de Execuções Criminais (VEC) de Porto Alegre ao GLOBO. A ministra disse que exigirá de autoridades estaduais que estabeleçam imediatamente os inquéritos necessários para cada um dos casos suspeitos. 

. O governador gaúcho é Tarso Genro, do PT, do mesmo Partido de Rosário. 

. Leia toda a nota de O Globo:

- Na medida em que a VEC considera que existam homicídios camuflados, deve-se solicitar ao Ministério Público que acione os responsáveis. Se houve (homicídios), nós exigimos do estado que estabeleça imediatamente os inquéritos sobre cada um desses casos. Porque homicídio não pode ficar impune - disse Maria do Rosário: - Se foi cometido por preso, se tem agente do estado envolvido, é preciso investigação e responsabilização. O que não aceito é que se diga que houve homicídios, mas não há inquérito.

. Na semana passada, o juiz titular da VEC de Porto Alegre, Sidinei Brzuska, denunciou a existência de uma política camuflada de extermínio de presos no Presídio Central, o maior do Rio Grande do Sul, com a conivência do estado. Segundo ele, foram cometidos nove homicídios entre 2011 e 2013 na cadeia com características semelhantes. A Superintendência de Serviços Penitenciários, no entanto, considerou que as mortes tiveram causas naturais e não abriu investigações.

. Maria do Rosário pediu informações ao juiz de execuções criminais sobre os casos e afirmou que vai pedir providências ao governo do estado. O Presídio Central está na mira da Organização dos Estados Americanos (OEA), que exigiu medidas que desafoguem a superlotação e que seja garantida a integridade física dos mais de 4,7 mil presos. A prisão tem capacidade para cerca de 2 mil apenados.

. A SDH pediu uma prorrogação do prazo para responder à OEA, que venceu no último dia 14. Segundo a ministra, todas as informações para enfrentar os problemas no presídio de Porto Alegre foram repassadas esta semana pelo governo do estado. Ela disse que uma força-tarefa do governo federal está preparando uma resposta à OEA, que deve ser enviada até o final de janeiro.

A ministra, entretanto, afirmou que as medidas adotadas pelo governo estadual, que reduziu em parte a lotação da cadeia e prometeu adequar as instalações da cozinha, bem como melhorar o atendimento de saúde, não são suficientes.

- A secretaria fez um monitoramento, e reconhecemos que houve diminuição no número de presos (no Central), embora não suficientemente. Houve só um começo, digamos assim. E não houve, por parte do estado, a conclusão das obras dos demais presídios - criticou a ministra.

. O governo do Rio Grande do Sul enviou à SDH um documento em em que se compromete a equipar o Presídio Central com extintores de incêndio, brigadas contra fogo e atendimento médico. Informou que até o fim do ano deverá abrir 3.266 novas vagas no sistema prisional - 750 delas até março. O déficit atual é de 5.713 vagas.

. Maria do Rosário assumiu parte da responsabilidade "pelas bárbaras violações dos direitos humanos dos últimos dias". Mas ressalvou que a situação no complexo de Pedrinhas, no Maranhão, onde houve 60 mortes em 2013, já vinha sendo monitorada pela SDH e informada ao governo estadual. Ela disse que enviou ao governo do Maranhão 31 comunicados sobre a situação de risco desde 2011. E deu a entender que os alertas foram desconsiderados pela governadora Roseana Sarney (PMDB):

- Nós, como governo federal, disponibilizamos recursos ao estado e alertas sobre a situação do complexo. Eu vejo então que podíamos ter uma atuação melhor não apenas do Maranhão, mas de todos os estados cumprindo a sua responsabilidade quanto ao sistema prisional.
Fonte: 

Nenhum comentário:

Postar um comentário