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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

PT publica nota atacando o STF e o Estado de Direito, deixando a certeza de que não prenderam toda a quadrilha.

O PT atacou ontem a "partidarização do Judiciário" e acusou o STF (Supremo Tribunal Federal) de ter feito um "julgamento político" do escândalo do mensalão. A Executiva Nacional da legenda divulgou um texto questionando a corte após a definição, na segunda-feira, das penas do ex-ministro José Dirceu, do ex-presidente do partido José Genoino e do ex-tesoureiro Delúbio Soares. O presidente do partido, Rui Falcão, disse que o documento será o único ato oficial da legenda sobre o mensalão e que manifestações de militantes em prol dos réus serão "posições individuais". 

A nota cita nominalmente apenas Dirceu, condenado a 10 anos e 10 meses de prisão após a corte ter concluído que ele foi o principal responsável pela organização do mensalão, que distribuiu milhões de reais a políticos que apoiaram o governo Lula no Congresso Nacional.

O partido afirmou que a utilização da teoria do domínio do fato -segundo a qual o autor não é só quem executa o crime, mas quem tem o poder de decidir sua realização e planeja para que ele aconteça- como um dos fundamentos para condenar Dirceu cria um "precedente perigoso: o de alguém ser condenado pelo que é, e não pelo que teria feito". "O STF deu estatuto legal a uma teoria nascida na Alemanha nazista", diz o texto.

O Supremo levou em conta o poder de Dirceu no governo e no PT e seu contato frequente com participantes do esquema. Além disso, uma ex-mulher do petista recebeu favores dos bancos que financiaram o mensalão. O PT disse que a condenação de réus por compra de votos foi uma tentativa de "criminalizar" o partido e afirmou que tentará conter a "partidarização do Judiciário, evidente no julgamento". Dos 11 ministros que julgaram o mensalão, 8 foram indicados pelo ex-presidente Lula e pela presidente Dilma Rousseff, incluindo o relator do caso, Joaquim Barbosa.

Questionado sobre o que chamaria de "partidarização" se a maioria da corte foi escolhida por petistas, o presidente do partido, Rui Falcão, afirmou que a crítica se dirigia ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e à coincidência do julgamento com o período eleitoral. "O procurador não escondeu seu viés de parcialidade ao afirmar que seria positivo se o julgamento interferisse no resultado das eleições", diz o texto do PT. Gurgel só sustentou as acusações contra os petistas no julgamento porque foi reconduzido ao cargo por Dilma, em 2011.

O "mensalão do PSDB" também foi citado. O PT afirmou que a corte desmembrou a ação que envolve tucanos de Minas Gerais para não julgar réus sem foro privilegiado, mas negou fazê-lo no caso petista. O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, que foi indicado por Lula e se aposentará no domingo, disse que a crítica do PT "faz parte da liberdade de expressão". "O Supremo julgou com toda tecnicalidade e consistência."(Folha de São Paulo)


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