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terça-feira, 14 de julho de 2009

Lula deixará herança maldita

Bomba relógio. Herança maldita. Pesadelo. Ameaça ao futuro. Todas estas expressões foram usadas por economistas, nos jornais do final de semana, para definir as condições das contas públicas que o próximo presidente herdará do atual Luiz Inácio Lula da Silva. Para o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), "o aumento dos gastos são assustadores e mostram que este governo nunca se pautou pela responsabilidade fiscal mas apenas pelo imediatismo político".
"Tornou-se redundante afirmar que o governo Lula tem elevado seus gastos de maneira irresponsável", insiste o deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES) que há algum tempo chama a atenção para a deterioração das condições fiscais do País. Ele lembra também que a conta, sempre crescente, ficará, mais uma vez, por conta do contribuinte. "Foi o que vimos com a divulgação da carga tributária do país em 2008. Pelo quinto ano seguido, o peso dos impostos cresceu", afirmou.
Um consultor privado, que já esteve no governo, diz que a situação é mais preocupante não só pelo peso da carga tributária mas, principalmente, por causa da ameaça que se monta para o futuro. "O aumento das despesas de custeio é uma ameaça para o futuro" pois, mais à frente, ressalta, o novo governo, seja ele de qualquer partido, se verá "impedido de aumentar o investimento público e promover a queda da carga tributária, fatores que acelerariam o crescimento econômico do país".
Um estudo feito pelo economista Geraldo Biasoto Júnior, professor da Unicamp e diretor-executivo da Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap), ligada ao governo de São Paulo, indica que já em 2010 o Brasil voltará a registrar déficit em suas contas. Isso significa sair de um superávit de R$ 71,4 bilhões em 2008 para registrar, segundo o estudo - que foi publicado no jornal O Globo deste domingo - um déficit de R$ 2,1 bilhões no próximo ano. "A partir da crise, as condições de sustentação das novas obrigações federais podem significar danos de grande monta à sustentabilidade fiscal", disse Biasoto ao O Globo.
Uma avaliação dos números do estudo feita por analistas técnicos do PSDB considera a reversão espantosa. Os técnicos dizem que não é mais o caso de avaliar "se o governo Lula vai ou não implodir as metas fiscais. Isso já são favas contadas". Para eles, "o que mais atemoriza são as dificuldades para sair desta armadilha". Segundo destacam, com a retração da arrecadação, fica mais à vista a incapacidade do governo que não foi previdente e distribuiu aumentos, elevação de salários e de despesas quando o cenário era de crescimento. Mas não foi capaz de avaliar que as despesas são definitivas.